sábado, 18 de junho de 2011

Genética & Paixão


A paixão é um sentimento que muitos já sentiram por uma ou mais pessoas. Quando apaixonada a pessoa se transforma, quer sempre estar perto da pessoa desejada e, quando está ao lado dela se sente a pessoa mais feliz do mundo. 
Há quem se apaixona por alguém proibido como, por exemplo, uma pessoa casada, isso faz com que o sentimento ao invés de ser algo saudável se torne destrutivo, enfim, são casos e casos. 
A paixão é um mistério para os cientistas, na tentativa de explicá-la alguns pesquisadores estão realizando estudos para saber se a paixão tem ligação com a genética. O resultado da análise do mecanismo do cérebro foi de que o ser apaixonado demonstra a mesma euforia experimentada pelos viciados em drogas. A sensação de prazer e recompensa é a mesma em ambos os casos. 
Por que nos apaixonamos por determinadas pessoas e não por outras? Quais mecanismos geram esse sentimento? Esses são os principais questionamentos dos pesquisadores. 
Os genes do homem são programados para escolher parceiros com fins reprodutivos, sendo o parceiro ideal aquele capaz de contribuir para a geração de descendência mais saudável e mais forte. Portanto, a paixão contraria a biologia evolutiva. 
Alguns pesquisadores concluíram que a atração romântica e sexual é despertada pela beleza, mas também por outros fatores de maior complexidade. Os resultados indicam que os cinco sentidos, o sistema hormonal e a predisposição genética também estariam envolvidos na escolha do parceiro ideal. 
Pesquisas realizadas na Universidade de Lausanne, na Suíça, revelaram que o cheiro que o corpo exala naturalmente serve como um filtro na escolha do parceiro ideal. Os genes responsáveis por essa interação é chamado de Complexo de Histocompatibilidade (MHC, sigla em inglês), esse grupo de genes está presente em todas as espécies de mamíferos, inclusive no homem. Os responsáveis por essa pesquisa pediram a um grupo de mulheres que sentissem o odor de algumas camisas que foram usadas por um grupo de homens durante duas noites, sem que os mesmos utilizassem perfume ou desodorante, e apontasse qual odor mais lhes agradava. Elas preferiram as camisas com o odor de homens com o conjunto de genes ligado ao sistema imunológico diferente do seu. O MHC também está presente na saliva, por isso, os beijos trocados entre homens e mulheres, podem atuar como um teste de compatibilidade. Segundo as pesquisas, estamos nos movendo para eleger o parceiro ideal, porém o mistério dos mecanismos que envolvem a paixão está longe de ser desvendado, pois requer estudos mais aprofundados. 
Há aproximadamente 100 anos, a feniletilamina (um neurotransmissor) foi descoberta pelos cientistas e, recentemente relacionada à paixão. A feniletilamina é uma molécula natural semelhante à anfetamina, para os estudiosos sua produção no cérebro é desencadeada por eventos simples como um abraço. Pois segundo os médicos Donald F. Klein e Michel Lebowitz, do instituto psiquiátrico Estadual de New York, as alterações fisiológicas que uma pessoa apaixonada sente são devido a grandes quantidades da substância no cérebro. 
Segundo a antropóloga e pesquisadora norte-americana Helen Fisher, da Universidade Rutger, de Nova Jersey, a escolha do parceiro tem relação com as características de comportamento e a predominância de determinados tipos de hormônios e neurotransmissores no organismo. O sistema endócrino controla a produção dessas substâncias, funcionando de acordo com o perfil genético de cada pessoa. Existindo basicamente quatro tipos de personalidades: indivíduos com predominância de dopamina (exploradores); de serotonina (construtores); de estrógeno (negociadores); e de testosterona (diretores). De acordo com pesquisa realizada por Helen, os negociadores se sentem atraídos pelos diretores, os exploradores e os construtores sentem mais atração por pessoas do mesmo grupo.
Por Eliene Percília
Equipe Brasil Escola

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